Fundamentos da Filosofia

1ª PARTE: MÓDULO OBRIGATÓRIO

1. NOÇÕES PERIFILOSÓFICAS SOBRE A FILOSOFIA

   A disciplina Noções perifilosóficas sobre a filosofia é desenvolvida em quatro capítulos cuja ideia básica gira em torno da concepção de filosofia que pode ser apresentada a partir de um determinado sistema filosófico. Nela, trata-se de contextualizar a filosofia como um tipo de conhecimento que deve ser compreendido a partir da sua introdução nos diferentes contextos histórico-culturais em que ocorreu (implementação da política da filosofia). Nesse sentido, aborda distinções gerais, como técnica, ciência, barbárie, civilização, ideologia, etc.; e outras mais específicas como a filosofia em sentido estrito, a filosofia em um sentido amplo, a filosofia isenta, a filosofia imersa, etc. Da mesma forma, desenvolve uma série de reflexões sobre os vínculos entre a filosofia e a cidade e defende a tese central de que a filosofia é entendida como conhecimento de segundo grau. Esta disciplina está estruturada da seguinte forma:

   Diferentes saberes e saber filosófico.

   Diferentes significados da filosofia.

   Filosofia e cidade.

   Filosofia como saber de segundo grau.

2. ONTOLOGIA

   A disciplina Ontologia está dividida em cinco capítulos. Essa é uma das disciplinas centrais do curso Fundamentos da Filosofia porque apresenta o sistema ontológico do materialismo filosófico baseado nas suas ideias cardeais M, Mi e E. Ao longo destes cinco capítulos, o aluno terá de enfrentar uma introdução geral à ideia da matéria de contextos mundanos para contextos propriamente epistemológicos; posteriormente serão levadas em consideração as ideias de Matéria Ontológica-Especial (Mi), Matéria Ontológica-Geral (M) e Ego Transcendental (E). Por fim, o sistema de ideias de matéria ontológica-especial será confrontado com a distinção idealista entre natureza e cultura. O aluno encontrará nessa disciplina um desenvolvimento ontológico de grande originalidade capaz de servir como pedra de toque - como será verificado na disciplina História da Filosofia- para a interpretação de outros sistemas filosóficos da tradição. As diretrizes nas quais esta disciplina foi elaborada são:

   Noções gerais sobre a ideia de matéria.

   Ideia de mundo e gêneros de materialidade.

   Matéria Ontológica-Geral.

   Ideia de Ego Transcendental.

3. GNOSIOLOGIA (TEORIA DO CONHECIMENTO)

   A Gnosiologia (Teoria do conhecimento) está dividida em seis capítulos. Essa disciplina também é uma parte essencial do curso Fundamentos da Filosofia porque apresenta a Teoria do Fechamento Categórico, que é a teoria da ciência do materialismo filosófico. Juntamente com a disciplina Ontologia, forma um conjunto essencial para interpretar os demais sistemas filosóficos históricos e atuais. A tese principal desta disciplina refere-se à concepção na qual as ciências não têm um objeto de estudo como característica definidora de cada uma, mas sim um campo formado por uma multiplicidade heterogênea de objetos, de modo que cada ciência constituirá uma categoria. Nesse sentido, a gnosio será definida em contraposição à epistemologia, bem como a outras abordagens genéricas da ciência. Uma das principais características desta disciplina é o fato de nos permitir ter uma visão crítica do conceito de método científico. Esta perspectiva deriva da tese principal sobre as ciências como tipos de saberes gnosiologicamente autônomos e incomensuráveis entre si e da ideia de verdade científica como identidade sintética relativa a cada campo categórico. Por outro lado, esta disciplina permitirá ao aluno ter uma visão ampla e sistemática de outras teorias epistemológicas sobre a ciência, desde o aristotelismo ao racionalismo crítico atual e às teorias pós-modernas. Por fim, são oferecidos os critérios que permitem estabelecer uma classificação das ciências. Na elaboração desta disciplina, foram considerados os seguintes aspectos:

   A constatação do fato da variedade de teorias da ciência.

   Distinção entre gnosio e epistemologia.

   Distinção entre abordagens gnosiológicas e não gnosiológicas e seus tipos.

   Sistematização das famílias gnosiológicas.

   Estrutura do corpo da ciência.

   Método científico e classificação das ciências.

4. NOETOLOGIA

   A disciplina Noetologia é desenvolvida em três capítulos cuja ideia básica gira em torno da concepção da noetologia como uma forma de racionalidade intermediária entre a Lógica e a Psicologia. A noetologia está internamente envolvida com a ideia de racionalidade entendida a partir de uma perspectiva institucional. Nesse sentido, esta disciplina trata das distinções entre epistemologia, gnosio, ontologia e noetologia. Também estuda os vínculos entre a análise gnosiológica e a noetológica, desenvolvendo o conceito de ciclo gnosiológico por meio de exemplos científicos e estéticos. Um capítulo muito importante é o das figuras da dialética, que oferece um modo eficaz e original de compreender a dialética em coordenação com a análise noetológica. Esta disciplina está estruturada da seguinte forma:

   Relevância e distinção das análises noetológicas.

   Ciclo noetológico e ideia de racionalidade.

   Figuras da dialética interpretadas noetologicamente.

   Lógicas formal e material: Noetologia como lógica material dialética.

5. ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

   A Antropologia filosófica é uma disciplina que se desenvolve completamente em torno de uma das questões filosóficas essenciais da tradição filosófica, a saber: "O que é o homem? Nesta disciplina, expõem-se a trama e a urdidura de uma teoria filosófica sobre a ideia de Homem pela qual o aluno poderá aproximar-se do conhecimento e da compreensão das bases axiais que constituem o tecido de toda a filosofia antropológica seja de linhagem espiritualista, idealista, materialista, positivista, etc. A originalidade desta disciplina reside em uma abordagem que leva muito em conta a dialética relativa ao dialelo antropológico. Em uma primeira abordagem, o estudante do curso de Antropologia filosófica assistirá a uma exposição dos conceitos genéricos da antropologia cultural tais como folclore, etnografia, etnologia e antropologia. Posteriormente, será feita uma distinção crítica entre antropologias predicativas e antropologias não predicativas. Da mesma forma, será apresentada a ideia de material e de espaço antropológico. Além disso, um aspecto muito importante para a antropologia filosófica, mas também porque tem repercussões em muitas dos temas analisados em outras disciplinas, é o que trata da definição de instituições e cerimônias no contexto de uma teoria antropológica. Por fim, esta disciplina aproximará o aluno da ideia de cultura enfocada a partir da teoria do mito da cultura. Esta disciplina foi estruturada em quatro linhas de organização e de desenvolvimento:

   Antropologia em contextos mundanos, científicos e filosóficos.

   A questão do homem: material antropológico e espaço antropológico.

   Instituições e cerimônias.

   Cultura como mito.

6. ÉTICA, MORAL E POLÍTICA 

   A disciplina Ética, Moral e Política está dividida em quatro capítulos. Nessa disciplina, o ponto de partida é a ideia de que a ética, a moral e a política são planos contraditórios em que as operações e normas humanas se desenvolvem de maneiras diferentes. As normas éticas não devem ser confundidas com normas morais e normas políticas, uma vez que podem ser contraditórias e entrar em conflito entre si. Serão abordadas as questões da ética, moral e política partindo de situações em contextos mundanos e científicos para ultrapassá-los e chegar à reflexão de segundo grau filosófica; serão analisadas algumas teorias éticas como as de Piaget e Kohlberg; também será feita a distinção entre ética material e ética formal. Em seguida, a definição da ética, da moral e da política será feita a partir das coordenadas do materialismo filosófico. Por fim, trataremos de um tema atual como a Bioética, dando conta da dialética entre os níveis ontológico e epistemológico no contexto do seu espaço. Esta disciplina foi elaborada de acordo com os seguintes aspectos: 

   Ética, moralidade e política a partir de perspectivas mundanas e científicas.

   Reflexão filosófica sobre ética, moral e política.

   Distinção entre ética, moral e política.

   Bioética a partir das coordenadas do materialismo filosófico.

7. ESTÉTICA E FILOSOFIA DA ARTE

   Essa disciplina é composta por quatro capítulos nos quais se estuda um vasto leque de questões relacionadas às artes, à estética, à filosofia da arte, à ideia de arte substantiva, etc., recorrendo a inúmeros exemplos que envolvem diferentes categorias artísticas como a escultura, a arquitetura, a música, a pintura e o cinema. A abordagem da disciplina Estética e Filosofia da Arte é um tratamento sistemático. O aluno desta disciplina conhecerá distinções como artes plásticas, artes úteis, arte adjetiva, arte substantiva, estética, etc. Da mesma forma, será introduzido o conceito de categoria artística e a dialética entre disciplinas artísticas e ideias estéticas. Essa disciplina também fornecerá acesso ao panorama atual das diferentes concepções de arte (subjetivismo, naturalismo, artificialismo e objetivismo estético). Por fim, aborda-se a questão dos limites entre as artes.

   Esta disciplina está estruturada da seguinte forma:

   Introdução ao vocabulário da filosofia da arte

   Plano das categorias e das disciplinas artísticas.

   Concepções do trabalho artístico.

   Limites entre as artes.

8. O PAPEL DA FILOSOFIA NA ATUALIDADE 

   O papel da filosofia na atualidade pretende introduzir o aluno, ao longo de seus três capítulos, no entendimento da crítica filosófica implantada no contexto dos saberes científico-tecnológicos, políticos e religiosos. Esta disciplina tentará apresentar uma ideia de crítica filosófica com base no regressus e em seus componentes formais. Consequentemente, apresenta-se uma classificação original da crítica em quatro modulações de crítica dialógica, translógica, logoterapêutica e ontológica que vão além da ideia metafísica da crítica entendida como crítica absoluta. Da mesma forma, a ideia de práxis será analisada por estar de alguma forma envolvida na ideia de crítica. Por fim, será desenvolvida uma análise rigorosa dos fundamentalismos mais relevantes do século XXI: o fundamentalismo científico e tecnológico, o fundamentalismo democrático e o fundamentalismo religioso. Esta disciplina foi elaborada de acordo com os seguintes aspectos: 

   A ideia de crítica e seus tipos.

   O conjunto de saberes.

   A ideia de práxis.

   A Filosofia no conjunto do saber e do fundamentalismo.

2ª PARTE: ITINERÁRIOS OPTATIVOS

1. ABORDAGEM À IDEIA DE MAPA-MÚNDI

   A disciplina Abordagem à ideia de «mapa-múndi» é desenvolvida em quatro capítulos e sua linha principal gira em torno da ideia de mapa analógico.  O argumento básico apresentado nesta disciplina defende a concepção de que os mapas unívocos não esgotam a ideia de mapa, uma vez que as incomensurabilidades entre um e outro nos remetem inexoravelmente a uma ideia filosófica de mapa. Uma das conclusões a que o aluno desta especialidade pode chegar é que a história dos sistemas filosóficos poderia ser entendida como a história da construção e do confronto entre diferentes tipos de mapas do Mundo. Nessa disciplina, também são abordadas questões como a análise das definições de mapa em alguns dicionários ou a distinção entre as perspectivas extensional e intencional quando se refere ao termo mapa. Paralelamente, são analisados o significado institucional dos mapas e os pressupostos gnosiológicos envolvidos na ideia de mapa. O aluno obterá uma visão geral dos mapas do materialismo filosófico. Por fim, refletimos sobre o mapa e a ideia de Ego Transcendental. As linhas a partir das quais se delineia esta disciplina são:

   Contextos mundiais e científicos da ideia do mapa.

   Análise gnosiológica da ideia de mapa.

   Os mapas no materialismo filosófico.

   A ideia do «mapa-múndi» e o Ego Transcendental.

2. TEORIA DO TODO E DAS PARTES

   A disciplina Teoria do todo e das partes está organizada em três capítulos e tem por objetivo fornecer os rudimentos holísticos mínimos que permitam uma abordagem satisfatória dos conceitos sobre os quais se estrutura boa parte dos sistemas filosóficos em suas diferentes dimensões ontológicas, gnosiológicas, filosóficas morais, estéticas, antropológicas, filosóficas etc. Para tanto, essa disciplina foi estruturada em três blocos correspondentes a uma análise geral da ideia de todo, um estudo da ideia de totalidade a partir das partes e uma reflexão da ideia de totalidade a partir do todo. O estudante encontrará conceitos originais como holótico, metafinito, metamérico, sínolo ou parte, diamérico, sinecoide. Da mesma forma, há um conjunto de distinções, como totalidades atributivas e totalidades distributivas, totalidades dialética e não dialética e totalização homeomérica e holomérica, que serão muito úteis como ferramentas de crítica filosófica. Essa disciplina foi elaborada com base nas seguintes ideias:

   A ideia de totalidade a partir da perspectiva de todos.

   A ideia de totalidade a partir da perspectiva das partes.

   A ideia de totalização.

3. HISTÓRIA DA FILOSOFIA 

   A disciplina História da Filosofia tem como objetivo apresentar aos alunos o conceito de história da filosofia a partir de uma perspectiva metodológica e, consequentemente, filosófica. Para alcançar esse objetivo, decidiu-se dividi-la em dois capítulos separados, mas intimamente relacionados. Não se trata tanto de oferecer uma visão histórica atendendo ao desenvolvimento dos diferentes sistemas filosóficos, mas sim de ver os pressupostos filosóficos -e ideológicos- que implica a construção de qualquer história da filosofia. A tese principal desta disciplina é que a história da filosofia só pode ser exercida, a rigor, a partir de determinados pressupostos filosóficos. A partir das coordenadas do materialismo filosófico, são oferecidas as linhas que uma história filosófica da filosofia deveria seguir - em oposição à história filológica da filosofia. As linhas a partir das quais se estrutura esta disciplina são:

   O conceito de história da filosofia.

   Teoria da história da filosofia.

   Distinção entre história filosófica da filosofia e história filológica da filosofia.

   O sistema de ordem básico da história da filosofia.

4. FILOSOFIA DA HISTÓRIA 

   A disciplina Filosofia da História é desenvolvida em três capítulos. A sua ideia básica gira em torno da concepção da história como um processo que ontologicamente deve ser entendido como inacabado (in fieri); e como disciplina que se apoia epistemologicamente nas operações do sujeito epistemológico com relíquias e histórias no presente anômalo.  O aluno será apresentado à gênese da história, mas também receberá conceitos e distinções, como a história como «res gestae» (história) e «rerum gestarum» (história). Da mesma forma, no desenvolvimento desta disciplina, será articulada uma reflexão sobre a História como disciplina científica, apresentando e analisando criticamente os problemas epistemológicos da história e as controvérsias que surgiram no contexto do quadro aristotélico. Por outro lado, será abordada a reflexão sobre a categoria de história universal. Nesse sentido, serão consideradas várias perspectivas envolvidas nesse rótulo, como as perspectivas do objeto, do sujeito e do predicado. O aluno também será capaz de abordar a relação entre as categorias de história universal e de império. As linhas a partir das quais se estrutura esta disciplina são:

   Conceitos e ideias da história.

   História do ponto de vista gnosiológico.

   História do ponto de vista ontológico.